Expandido a atenção à população, a Unidade de Saúde da Família do bairro Lagoinha de Fora, reúne às quarta e sextas-feiras, das 14h30 às 16h, o grupo operativo de artesanato, do qual participam crianças na faixa de 10 anos, idosos e pessoas adultas com alguma disponibilidade de tempo. O objetivo do programa é aproximar as pessoas, proporcionar o reencontro de vizinhos que moram espalhados numa região de transição urbano rural e envolver os participantes em atividades lúdicas, que ajudem dar um novo sentido à vida, evitando, assim, problemas de saúde.
“A proposta do grupo é desenvolver a mente por meio da prática de atividades recreativas, como os trabalhos manuais. Estas atividades incentivam a cuidar do corpo como um todo”, explica a idealizadora do grupo e coordenadora da unidade, enfermeira Rosana Aganete dos Santos.
No grupo operativo de artesanato, não há uma divisão muito clara entre quem aprende e quem ensina. O orientador tanto pode ser um funcionário da Unidade que domina determinada habilidade manual, quanto uma pessoa da comunidade que está frequentando o grupo. Já são desenvolvidas atividades como pintura em cerâmica, trabalhos em material reciclável como telhas e garrafas pet, com retalhos de tecidos, bordado e pintura em pano de prato.
O grupo de artesanato se reúne a três semanas consecutivas com a presença de até 15 participantes e o acompanhamento dos sete funcionários da UBS, cuja participação escalonada não representa risco de paralisação das atividades normais. “As atividades ocorrem em momento do pouco movimento”, explica a coordenadora Rosana Aganete.
Ela vê a possibilidade de que, em pouco tempo, o grupo operativo envolva mais pessoas da comunidade, como um senhor que já prontificou a ensinar a fazer brinquedos como aviões e flores de jardim de madeira e o vigia da Unidade, que demonstrou interesse em repassar suas habilidades ao grupo.
Quando houver uma considerável quantidade de unidades produzidas, a Unidade de Saúde de Lagoinha de Fora pretende encorajar os “os novos artesãos” a expor seus trabalhos na igreja local, para que eles se sintam orgulhosos e valorizados.
A dona de casa Diva Martins Evangelista, 53 anos, moradora de região próxima à Unidade de Saúde de Família, freqüenta, desde o início o grupo operativo, onde ensina habilidades como bordado em ponto de cruz e aprende pintura em telha e em madeira, entre outros. “A atividade é ótima para distrair, para se ocupar, num lugar onde não há praticamente nada para fazer. É uma terapia”, comenta ela.
Quem também frequente o curso é Geralda Dias Estevão, 55 anos, vendedora de lingerie, moradora da rua Henrique Cândido, nº 390. “Freqüento desde o início”, diz ela, que está aprendendo pintura em telha e ponto de aplique (bordado feito com retalhos), bordado em ponto de cruz e pintura em tecido. “É tudo de bom para quem gosta de aprender, como eu. Gosto de participar de tudo que tem no bairro, perto de nós, pois se a gente não dá uma força, as coisas boas não vão para frente”, diz.