Matéria publicada na edição desta segunda-feira, 11/11, pelo jornal “O TEMPO”, destaca que a situação da Santa Casa de Lagoa Santa pode ser definida hoje.Veja, abaixo, o que foi publicado pelo jornal belo-horizontino:

LAGOA SANTA

TJ decide futuro de Santa Casa

Julgamento hoje pode entregar ao SUS gestão do único hospital da cidade, fechado em maio

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais julga hoje ação da Prefeitura de Lagoa Santa, na região Central, que pretende afastar os gestores da Santa Casa e entregar a administração ao Sistema Único de Saúde (SUS). Aberta em 2001, sob administração própria, a unidade era o único hospital que funcionava na cidade e foi fechada em maio, sem previsão de reabertura. Se a prefeitura ganhar a ação, a gestão passará a ser feita exclusivamente pelo poder público.

“O hospital fechou por causa da má gestão, e queremos uma administração transparente”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Fabiano Moreira. De acordo com a secretaria, houve tentativas de negociar a reabertura do centro, com a presença do Estado e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) – que participa do julgamento hoje –, mas os gestores se negam a deixar a administração e não foram a alguns encontros.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que em junho, com a participação da pasta, da secretaria municipal, da Santa Casa e do MPMG, foi elaborado um plano emergencial para reestruturar ações e serviços da unidade, mas a efetivação depende de decisão dos gestores. A reportagem telefonou para a Santa Casa e foi ao local, mas ninguém foi encontrado.

O secretário informou que o município repassa verba para Vespasiano e Pedro Leopoldo, na região metropolitana, para que pacientes não fiquem sem atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde de Vespasiano informou, em nota, que a demanda de Lagoa Santa sobrecarrega “consideravelmente” o sistema de saúde da cidade há mais de um ano. Procurada, a Prefeitura de Pedro Leopoldo não tinha se posicionado até o fechamento desta edição.

Riscos. Terceira vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), a ginecologista Cláudia Navarro Lemos avalia que a inexistência de um hospital em Lagoa Santa dificulta o atendimento e prejudica o tratamento de pacientes crônicos, além de cirurgias e exames. “Segundos podem salvar vidas”, pondera. Ela acrescenta que, no caso de partos, é impossível saber se vai haver emergência no transporte.

“Minha cirurgia para retirar a vesícula estava marcada para julho de 2013. Agora, descobri que tenho pedras também nos rins. Sinto dores e enjoo, quase não consigo trabalhar”, diz a doméstica Terezinha da Silva, 49. Moradora da cidade, ela aguarda a operação há quase um ano e meio.

“Aqui não é o mesmo que um hospital”, contou Maria Aparecida da Conceição Rodrigues, 44, internada no PAM por causa de infecção no tendão do indicador.

Fonte: jornal "O Tempo" 11/11/2014